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Earbox Wear | São peças de roupa e dão música

29.05.2012
  • Financiamento e Partilha de Risco

Dois jovens Portugueses unem-se para criar um projecto que permite ouvir música em todo o lado, mas sem headphones.

Dois jovens Portugueses unem-se para criar um projecto que permite ouvir música em todo o lado, mas sem headphones. Com o apoio da Invicta Angels vão exportar este novo conceito de streetwear e para 2012 planeiam estar em todos os festivais de verão.

 

 

  • A ideia


É inegável o facto de que cada vez ouvimos mais música: com headphones, no rádio do carro, com o telemóvel e ainda através da aparelhagem lá de casa. Depois de os headphones terem aparecido no mercado como acessório de moda é altura de entrarem (literalmente) no nosso vestuário.

Pedro Filipe, aluno de escultura e design e João Oliveira, aluno de engenharia têxtil, queriam que as pessoas continuassem a ouvir música enquanto andavam na rua, mas de uma forma segura, sem estarem alienados ao que se passava à sua volta.

 

Aliás, a ideia do projecto começou por ser a resposta a um problema pessoal: Pedro Filipe recusa-se a usar headphones porque provocam alheamento em relação ao mundo.

 

A esta dificuldade juntou-se o percurso profissional e académico de Pedro Filipe com João Oliveira, e também a empresa de confecções da família de João. Uma conversa descontraída deu início à parceria, duas semanas depois já existia a primeira apresentação do projecto com logotipo, nome de marca e protótipo de uma peça. Estava criada a Earbox, a empresa que nasceu de uma ideia que parece complexa mas é muito simples: roupa que dá música.

 

A solução encontrada - incorporar colunas dentro das peças de vestuário – é a simbiose perfeita entre movimento e música, definindo o conceito da marca portuguesa de streetwear e techwear.

 

 

  • Parcerias

A fábrica Confeções Chouselas, prototipou a peça e as colunas integradas, seguindo-se o apoio da família e dos amigos para avançar com o projecto. No festival do Sudoeste as 300 peças produzidas esgotaram.

Mas foi a intervenção da Invicta Angels que deu nova dimensão ao projecto.

 

Após conclusão do plano de negócios João Oliveira e Pedro Filipe enviaram o plano de negócios a diversas associações de Business Angels. A Invicta Angels ( www.invictaangels.pt ), acabou por ir de encontro ás necessidades do projecto em questão.

 

De acordo com Ricardo Luz, foi seleccionado por um conjunto de factores. “Porque acreditamos no projecto e, para além dos promotores terem experiência no sector têxtil e design gráfico, complementada com formação académica superior nestas áreas, e conhecimento técnico e de ( nicho ) mercado onde querem actuar, em especial acreditámos que os promotores têm a determinação, a capacidade de trabalho, a resiliência e a ambição necessárias para vencer no difícil mundo empresarial. E ainda, não menos importante, porque tendo um sonho, sabem que o caminho será árduo e longo mas acreditam que com humildade de trabalho o podem concretizar.”

 

São 40 os business angels associados da Invicta Angels que integram o Fundo de Investimento para as Indústrias Criativas e que investiu 265 mil euros na Earboxwear, SA, detentora da marca Earbox. Deste grupo, Ricardo Luz, fundador e presidente dos Invicta Angels e Nuno Bernardo, fundador da beActive ( www.beactivemedia.com ), integram o conselho de administração da empresa, como administradores não executivos. O investimento feito já permitiu a constituição da empresa e servirá para os próximos passos, nomeadamente reforço nas vendas.

 

Em termos de vendas, refere João Oliveira, o objectivo é conseguir vender 3 mil peças no primeiro ano, facturando cerca de 140 mil euros.

 

Este é um produto que se situa num nicho do mercado têxtil mas também no mercado dos “gadgets” tecnológicos, que tem potencial pelo crescente número de utilizadores diários de MP3. Os empreendedores estão a pensar já na internacionalização, começando pelo Norte da Europa, onde devido às temperaturas mais baixas há potencial para a procura de camisolas.
Depois seguem-se as cidades com um número mais significativo de utilizadores de transportes públicos ou alternativos, como bicicletas ou segway. Para os próximos passos será crucial o investimento feito pela Invicta Angels - Associação de Business Angels do Porto.

 

De acordo com João Oliveira, o melhor que lhe aconteceu foi conhecer as pessoas da Invicta Angels não só pelo investimento mas pelo apoio diário, pela disponibilidade, pela rede de contactos e pela colaboração no modelo de negócios e na implementação do plano de negócios acordado.

 

  • O produto


À primeira vista são peças de roupa completamente normais mas um olhar muito atento deixa perceber que dentro do capuz esconde-se um pequeníssimo sistema de áudio que se liga a qualquer mp3. Depois é só enfiar o capuz e usufruir de uma banda sonora privada, sem necessidade de usar headphones.

As peças de roupa têm um sistema de colunas integrado desenvolvido especificamente para a Earbox, que passa por um fecho escondido no carapuço que dá acesso a dois bolsos para colocar as colunas.Depois o fio atravessa as costas das peças num forro duplo, de onde sai para os bolsos das calças ou para dentro dos próprios bolsos das camisolas que estão preparados para proteger os leitores de MP3 de saltar dos bolsos durante movimentos mais radicais ou na prática de desportos. Na hora de lavar retiram-se as colunas.

As minicolunas que integram o capuz (e que podem ser retiradas e usadas noutros contextos), são revestidas a cortiça para garantir uma melhor acústica. O fio está escondido sob um forro duplo, de forma a nunca tocar no corpo. Pormenores que fazem a diferença.

“Quem olha não percebe que é uma camisa tecnológica”, garantem.

Estas peças permitem que se ande de um lado para o outro, sem que haja uma alienação nem o desconforto de ter de usar headphones
As mesmas colunas podem ser usadas em todas as peças da marca. Todos os produtos são produzidos na oficina de confecção, Confecções Chouselas Lda., em Braga, usando como modelo base o capuz que integra as colunas.
Para além da preocupação com o tipo de materiais e com o processo de confecção dos produtos, a Earbox está atenta aos problemas que surgem do excesso de decibéis, a que os jovens se expõem actualmente.

Aliado a esta preocupação com a saúde auditiva dos consumidores de música, a marca portuguesa decidiu revestir os headphones (amovíveis) com cortiça, feita à mão. E porquê cortiça? Porque, além de ser um produto tradicional português, "é leve, impermeável a líquidos e gases, é elástico e bom isolante acústico". Por ser muito leve e de pouca espessura, a cortiça permite que os utilizadores ouçam também o mundo que os rodeia, sem ficarem abstraídos dos ruídos do mundo exterior.

Como explica João Oliveira, a “actividade central da Earbox é a comercialização e criação de produtos têxteis nos segmentos Wearable Technologys, Street wear, CasualWear e SportWear”, permitindo que peças de roupa tradicionais evoluam fundindo arte e novas tecnologias. As peças destinam-se a “espíritos jovens que gostem de disfrutar da sua música em sintonia com o mundo que os rodeia, independentemente da faixa etária em que se encontrem”, explicam os promotores.
Na fase de lançamento surgiram uma sweat-shirt e uma t-shirt, para homem e para mulher, mas já estão em linha de produção modelos mais originais como o cachecool ou o blazer com capuz amovível, t-shirt de manga comprida, ponchos e casacos.

Para já, a EarBox tem duas linhas criadas: uma mais groovie e com grafismos mais ligados ao desporto e ao movimento, e outra mais básica e discreta, para um público mais adulto.

 É expectável que o principal público-alvo sejam jovens utilizadores de leitores de mp3 e gente que gosta de usar mp3, smartphones, computadores e tablets nas suas deslocações diárias em transportes públicos.

 

 Há ainda um mercado potencial junto dos que nunca estão quietos mas querem ouvir música e os fios dos headphones atrapalham os movimentos, sejam praticantes de desportos radicais ou adeptos de desportos tradicionais de manutenção física.

 

 Assim, se nunca tinha ouvido falar de “vestuário tecnológico” ou se achava que isso era uma coisa demasiado esquisita e futurista, já sabe que existe e que até há dois portugueses a dar os primeiros passos nesse mundo.

 

Os dois jovens de Braga que inventaram e estão a comercializar camisolas com capuz, dotadas de colunas para ouvir música - um produto apontado como um exemplo de empreendedorismo e inovação - arriscaram e estão dispostos a arriscar ainda mais!

 

Para já o site (www://earboxwear.com ) e o facebook são as montras deste negócio (permitindo contactar a empresa e comprar os produtos). No próximo ano surgirão as vendas em loja.

 

Se nunca tinha ouvido falar de Business Angels saiba que estes investidores com experiência comprovada na gestão de empresas contribuem para que as empresas em que investem capital e conhecimento, desenvolvam estratégias de inovação, crescimento e de internacionalização.