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Identificação de castas através do ADN do vinho

04.02.2012
  • Ciência e Conhecimento

Um projeto inovador desenvolvido por Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, recorre à extração de ADN do vinho de uma garrafa, do mosto de um lagar, permite detetar falsificações.

A aplicação do ADN para as modernas técnicas de traceabilidade parece uma primeira opção, uma vez que o ADN é o código de barras da natureza.

A investigação baseou-se na Legislação comunitária (178/2002) sobre traceabilidade alimentar, em vigor desde Janeiro de 2005, que pretende aumentar a qualidade e segurança alimentares, proteger os consumidores contra falsificação ou informação enganosa e também promover um comércio justo

Este processo, já patenteado teve como investigador responsável a Professora Paula Lopes, do departamento de Genética e Biotecnologia, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), foi apoiado no âmbito do Sistema de Apoio a Entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (COMPETE), e envolveu um investimento elegível de 96.416€, correspondendo a um incentivo FEDER de 67.491€.

O grupo de investigadores do Centro Genómica e Biotecnologia conseguiu entre outros, processos como: a otimização das metodologias de extração de ADN de mosto e do vinho dele produzido; identificação de marcadores de ADN de videira específicos de 12 castas (brancas e tintas); a tipificação dos perfis bioquímicos do vinho dessas 12 castas, entre outros.

Uma análise integrada com os marcadores de DNA e de perfis bioquímicos permite identificar a casta ou castas envolvidas no fabrico de determinado vinho e deste modo controlar a qualidade do vinho produzido, detectar falsificações no vinho, aumentar a segurança alimentar e rejeitar vinho importado vendido como produto nacional ou produzido com uvas de diferentes castas introduzidas em outras regiões de vinhos DOC. O projeto envolveu também o estudo do efeito da vinificação (fermentação alcoolica) e da idade (tempo) dos vinhos na estabilidade dos marcadores moleculares escolhidos, começando pelo mosto, vinho novo e vinho com 1,5 anos de idade.

Segundo a investigadora Paula Lopes o projeto já revelou interesse de grandes produtores e até de outros países, como a China, que em visita à UTAD, consideram que era importante controlar as suas importações de vinho.

Este projeto lançou a necessidade de um segundo “Wine Biocode”, e com uma verba 178.000€, tem como objetivo quantificar quanto de cada casta foi utilizado em determinado vinho.