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VINIPORTUGAL

05.05.2015

A afirmação de um país com grandes vinhos.

Por Jorge Monteiro*, Presidente

No contexto mundial, Portugal é um pequeno país produtor de vinho, re­presentando menos de 2 por cento da produção mundial. No entanto, e apesar da sua reduzida dimensão, tem vindo a conquistar notoriedade nos mercados internacionais de vinho, sobretudo nos mercados mais maduros. Esta notoriedade tem razões de fundo.

No mercado internacional Portugal dificilmente poderia competir com base no preço: somos um país de micro propriedade, micro empresas, micro marcas, o que arrasta um conjunto de custos acrescidos que decorrem desta falta de escala. Podemos fazer bem, com quali­dade garantida, mas não conseguimos ser competitivos pelo preço.

A isto acresce ainda o facto de, tendo arrancado mais tarde no processo de modernização da vinha e do vinho, ou seguíamos os líderes mundiais do setor fazendo vinhos com as mesmas castas e teríamos que fazer melhor, ou mais barato, ou faríamos diferente – ou seja, vinhos produzidos com castas pouco comuns, capazes de proporcionar bons vinhos, de muita qualidade, mas vinhos diferentes.

Houve assim que procurar vantagens competitivas que nos permitissem ganhar posição nos mercados internacio­nais e essas vantagens, hoje claramen­te exploradas, consistem numa palavra – diversidade:

Diversidade inter-regional – somos um país de proximidades, no qual, ao nos deslocarmos menos de 100 qui­lómetros, tudo muda, seja o clima, a orografia ou a natureza dos solos;

Diversidade genética – característica do nosso património da vinha.

Detentor de um conjunto vastíssimo de castas de grande potencial, Portugal contrariou o processo de erosão gené­tica da videira e tem hoje um apreciável stock de variedades que mais ninguém possui graças ao trabalho da PORVID - Associação para a Diversidade da Videira, que detém um profundo conhecimento sobre a maioria dessas castas, ditas autóctones, regionais, e diremos nós, castas tradicionais portuguesas.

Portugal produz hoje vinhos de qualidade consistente, é certo, mas possui outros problemas bem evidentes na competição internacional, pois não somos detentores de marcas privadas de grande escala, com uma única excepção, a Mateus, considerada ainda este ano a 36ª marca mundial de vinhos.

Esta debilidade, aliás com...

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